Anos de trabalho, comprometimento, dedicação e paixão pela raça Tabapuã resultaram nas excelentes performances da Cabanha Guajuviras nas exposições. No domingo, 19 de outubro, o criador Fábio Bittencourt e sua esposa Maria Jaci Bittencourt foram agraciados com o prêmio "cabanha do ano de bovinos de corte a galpão" (entre todas as cabanhas participantes) da 72ª Exposição Agropecuária de Alegrete 2014, onde ocorreu a 4ª edição da Exposição Gaúcha de Zebu, devido ao excepcional desempenho do criatório no evento. A diretoria executiva da Associação dos Criadores Gaúchos de Zebu sente-se orgulhosa pela conquista e parabeniza estes tradicionais associados e grandes colaboradores nas ações das raças zebuínas no Rio Grande do Sul.
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Confira abaixo, a reportagem sobre a Cabanha Guajuviras publicada pelo portal Pecuária Brasil.com em 2008:
Cabanha Guajuviras: Tradição na raça Tabapuã
A Raça Tabapuã é considerada hoje, uma das principais raças zebuínas selecionadas em nosso país. A raça está difundida em quase todos estados brasileiros. O Tabapuã no Rio Grande do Sul, por exemplo, contribuiu e contribui muito para o aprimoramento da pecuária gaúcha. Presente no estado há mais de 30 anos, a raça é amplamente utilizada em diferentes processos de cruzamentos industriais com várias raças taurinas. Porém, o diferencial do estado se caracteriza através das bases. No estado gaúcho, a base é a vaca proveniente de raças européias, e não de raças zebuínas como acontece em outros estados, mais precisamente no Brasil Central. Portanto, os touros Tabapuã são comercializados e utilizados nestes cruzamentos. Este é um dos importantes papéis dos criatórios gaúchos: A produção de touros.
Um dos principais criatórios responsáveis pelo grande crescimento da raça Tabapuã no Rio Grande do Sul, é a Cabanha Guajuviras do criador Fábio Edson Monteiro Bittencourt, localizada em Manoel Viana/RS. Junto à sua esposa, Maria Jaci Bittencourt, Fábio possui uma produção anual de média de 80 touros, que são comercializados durante a primavera gaúcha.
Criador de animais PO há mais de 20 anos, e utilizador da raça em cruzamentos há mais de 30 anos, Fábio Bittencourt, trabalha visando cada vez mais aprimorar a qualidade do Tabapuã do Rio Grande do Sul. Segundo o criador, ele cria Tabapuã porque é uma raça consolidada e vitoriosa nas diferentes condições climáticas, mocha por natureza, que imprime grande velocidade de ganho de peso tornando-se quase imbatível em provas de ganho de peso tanto confinado quanto a campo. Nos cruzamentos esse resultado já está comprovado por vários criadores e confinadores, apresenta também melhor desempenho na média de idade ao primeiro parto, segundo provas zootécnicas realizadas pela ABCZ e outras instituições. “O Tabapuã é essencialmente brasileiro, mocho, dócil, fácil manejo e uma máquina de produzir carne”, comenta o criador.
Para Fábio, a raça Tabapuã, é uma das raças Zebuínas que mais trazem benefícios ao criador e ao produtor comercial, “O Tabapuã tem uma enorme capacidade de produzir a baixo custo carne e leite, porque é criado exclusivamente a pasto. As matrizes têm notável aptidão maternal, qualidade importante na amamentação e precocidade dos filhos, além de facilitar o manejo do rebanho proporcionando aos criadores uma maior tranqüilidade e promovendo desse modo uma maior economia de mão de obra”.
Quanto a aceitação do Tabapuã no Rio Grande do Sul é positiva como em qualquer região do Brasil , “hoje podemos afirmar com tranqüilidade que o resultado do nosso trabalho de 20 anos com essa bela raça, sendo um dos maiores do estado. Isto já levou a formação de muitos novos criadores , admiradores e formadores de opinião, pois nosso plantel tem também contribuído bastante na melhoria genética tanto no gado puro como para o cruzamento industrial com a venda de reprodutores”, revela Fábio Bittencourt.
Hoje, é possível afirmar, que a criação do Tabapuã no Rio Grande do Sul, é sinônimo de rusticidade. No verão os termômetros chegam a marcar 42ºc, e no inverno às vezes, -1º. Fábio não esconde sua felicidade, “Sem dúvida nenhuma o Tabapuã é uma raça totalmente rústica que enfrenta bem a seca, a chuva, o serrado, a mata, a montanha, o calor e principalmente o frio, gelo e a neve nesse nosso Rio Grande do Sul, a prova disso é que temos os maiores criatórios do estado em zonas muito frias como a serra e o nosso caso, na fronteira com a Argentina, além de outros criatórios em cidade como Bom Jesus, uma das mais frias do estado. Essa raça é mesmo valente, podem acreditar, pois são 20 anos de criação que comprovam esta rusticidade” conta.
Todo este trabalho de seleção resultou em ótimos resultados nas pistas de várias exposições brasileiras, como a Expozebu, de Uberaba/MG. O macho “Brilhante da EP” foi campeão touro jovem da Expozebu em 1995. A Cabanha Guajuviras já participou de grandes leilões da raça na Expozebu, como o Revelações do Tabapuã, de Renato Fernandes e Peso Pesado da ABCT.
Na Expointer, em Esteio, a participação acontece desde 1989. Para Fábio Bittencourt, a Expointer serve até como conselheira, “O Jurado geralmente pertence ao Corpo de Jurados da ABCZ é que balizamos nosso sucesso e damos continuidade ao trabalho seguindo as criticas e orientações” comenta. Foi na Expointer e em outras exposições gaúchas que muitos prêmios foram conquistados, o que proporcionou a grande coleção de troféus e escarapelas da fazenda.
A Cabanha Guajuviras busca realizar uma seleção criteriosa, utilizando as principais genéticas do país. A seleção sempre foi alicerçada em uma boa genética, fertilidade e ganho de peso controlando os animais desde o seu nascimento e em todas as fases de vida na fazenda, pois realizam um grande investimento em Inseminação Artificial, Transferência de Embriões, inclusive mantendo algumas fêmeas doadoras em Uberaba/MG, para Fecundação In Vitro, e até disponibilizando embriões nas exposições nacionais, como por exemplo, na Expozebu. A base da seleção é constituída por material genético da Fazenda Água Milagrosa, Berço Nacional do Tabapuã, mas trabalham também com genética de muitos outros criatórios que fizeram história na raça, como a Morada da Prata, Mucuri, Dona Branca, Cinelândia,Bela Flor, Araguaia, Rochedo, Copacabana, Mutema, Birigui e 4 irmãs. Mas não foi só a genética de outros criadores que aprimoraram a qualidade do gado gaúcho. A Cabanha Guajuviras e a Fazenda Estrela do Piraju produziram muitos raçadores que contribuem muito até hoje para o aprimoramento de qualidade do Tabapuã não só do Rio Grande do Sul, mas também do Brasil. Entre eles, os reprodutores crioulos que inclusive encontram-se e já encontraram-se em centrais de inseminação como por exemplo Angico da EP, Balaio da EP, Abajé da EP (Grande Campeão Nacional em 1993) e Dote da EP que foi Bi grande campeão Expointer e muitas vezes campeão de progênie de pai em Esteio, que esteve em coleta na ABS Pecplan e dispõe de sêmen à venda.
Fábio está cada vez mais otimista e entusiasmado com o sucesso da raça, por isso acredita em um futuro promissor, “Para o futuro queremos ver sucesso e isso só depende dos criadores, a raça já é vitoriosa, com união, trabalho efetivo em prol dela, marketing bem construído, certamente a raça terá seu crescimento garantido tanto no Brasil como no exterior, pois sabemos que o Tabapuã faz parte da pecuária que deu certo na exportação de carne”, comenta.
E assim, a Cabanha Guajuviras segue em busca de seus objetivos, primando por uma seleção baseada na genética de qualidade, aliada a um bom sistema de nutrição e manejo realizado na fazenda. Desta forma, cada vez mais é nítido ver o sucesso e grande futuro da raça Tabapuã, não só no Rio Grande do Sul, mas também em todo o território nacional. É o Tabapuã abrindo fronteiras e habitando estes nossos campos, contribuindo sempre para o aprimoramento da pecuária brasileira.